quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

* 01/03/2001 (Japão) .. A Vida em ruínas

Meu irmão dizia que eu era mimada, mimada pela vida. Até aquele vestibular eu sempre consegui tudo o que eu queria, tirar notas altas na escola, passar no vestibulinho (Processamento de Dados - "Federal"), namorar os meninos que eu gostava, arrumar emprego (lembrando que trabalho desde os 14 anos) .. Pois é, chegou o dia em que o "mundo desabou": não passei na USP. Preparei o ano de 2010 inteiro! Tinha certeza que eu passaria. Fiquei 1 semana trancada no quarto chorando. Não queria comer.  Não tinha forças. Tudo era pesadelo. Parece exagero, mas foi fato! Depressão!

Como uma maneira de me recuperar fui para o Japão. Queria ficar longe de tudo aquilo. Precisaria de forças para voltar a estudar novamente. Março de 2011. Não me lembro da data. Lembro só que era a época das cerejeiras .. Sakura. A primeira semana foi maravilhosa .. so passeando e visitando familiares. No entanto, logo  percebi que ficar 2 meses lá custaria caro para os meus pais. Pedi então permissão para o meu pai para trabalhar no chão de fábrica. Queria fazer um "arubaito"(trabalho temporário), ser "dekassegui" (quem faz o trabalho "fora de casa"). Custou para o meu pai que é "issei" (japonês-japonês) liberar a filha para fazer este tipo de trabalho. Ele queria mesmo era me ver na faculdade .. mas enfim .. Não foi daquela vez.

Algumas telefones e estava eu empregada. Trabalharia 6 dias por semana .. aproximadamente 12 horas por dia durante 1 mês.

Como eu falo um pouco de japonês fui beneficiada .. fiquei longe dos trabalhos pesados e muito minuciosos. Estranho, mas eu gostava de trabalhar lá. Bom, quando se trabalha só por 1 mês na fábrica deve ser bacana mesmo. Logo fiz amizade com as Brasileiras da fábrica. Éramos umas 10 mulheres.

Quase na minha última semana na fábrica fui chamada pelo meu chefe. Eu teria que traduzir o que ele falaria para uma senhora (brasileira casada com 'nikkei'). A cada frase que eu traduzia eu ficava espantada e eu espantava a pobre senhora. 'O seu apartamento esta em chamas. Tudo queimado. Tudo perdido. Sim, o seu filho está vivo. .. Ele esta na delegacia. A Sra. precisa ir agora". Não traduzi  a última parte, deixei para ela descobrir depois "Seu filho é o suspeito de botar fogo no apartamento".

Naquele dia tomei um banho de 'ofurô' prolongado.

Dias passaram e ela não voltou a trabalhar. Ela foi demitida. O filho dela botou fogo na casa. Após 10 anos como 'dekassegui' no Japão ele queria pegar o dinheiro do seguro da casa e levar a família inteira para o Brasil. No Japão isso é um crime muito grave. Não sei quantos anos de prisão ele pegou. A família inteira perdeu o emprego .. 'vai que os outros membros da família sejam loucos e botem fogo na fábrica'.


Triste dizer, mas aprendi naquele momento que o Meu Mundo não tinha acabado. Estaria só começando ....







quarta-feira, 7 de novembro de 2012

* 29/06/2002 (Peru) - Matchu Pitchu .. superando alguns desafios

Após quase 2 meses do falecimento da minha mãe decidi viajar. Colocar uma mochila nas costas e ir em direção a Lima. Quando a 'Dona Luisa' era jovem ela trabalhou numa agência de turismo e visitou a capital do Peru. Ainda tenho algumas fotos dela, linda, nesta cidade. Assim, como se eu fosse em busca de uma mensagem escondida em algum lugar .. decidi ir para Matchu Pitchu e passar por Lima.
Terminei as provas do terceiro semestre da faculdade, li algumas dicas na internet durante alguns poucos dias, peguei USD 400 e fui com a cara e a coragem que eu nunca tive antes: viajar sem dinheiro e sem planejamento, mas com um propósito .. acalmar a minha dor.
A idéia era anotar todos os meus gastos. Chegando nos quase USD 200 voltar para casa. hehe. Vou resumir a minha viagem, que é longa e intensa, pois o intuito deste post não é falar que eu gastei menos de USD 400 em 40 dias de viagem, e sim falar um pouco de onde surgiu esta "força" de viajar pelo mundo.
Fiz a viagem toda por terra, ônibus de São Paulo até a Corumbá, o famoso trem da morte, mais ônibus, ... mas quase sempre pegando os ônibus locais, pois saía mais barato que os de "longa distância". Quanto aos albergues, sempre o mais barato que eu poderia encontrar, pedi inclusive para dormir no chão de um restaurante que estava fechando (e dormi). Fiquei em cada "espelunca" por USD1 a noite! Comia as comidas que vendiam na rua. Era super barato! Deve ter pego 'uns par' de lombriga certeza!
Fui para Lima antes de fazer a trilha inca. Lá não achei nada do que eu procurava (será que era a tal mensagem?). Fui então para Matchu Pitchu. Não me lembro com quanto dinheiro eu estava, mas com mais da metade. Ufa =) Para economizar, decidi não pegar uma agência de turismo (USD130!!), iria eu mesmo carregar a mochila, barraca, comida durante todo o trajeto. Consegui um guia e alguns companheiros. Paguei USD 65! Fizemos a trilha em 3 dias (esta trilha se faz em 4 dias), para isso, andamos 12 horas nos 2 primeiros dias. Andamos inclusive no breu absoluto. Caí por diversas vezes.
Durante esta trilha, passei fome (só tinha miojo e barras de cereal), frio (chegou a -15oC no topo), exaustão (a trilha não é fácil, com 10kg nas costas e andando mais que o usual.. nem se fale!) e perdi a unha do dedão do pé direito.
Durante toda a viagem, o que inclui a trilha inca, eu usei o tênis da minha mãe. Era como se fosse uma homenagem a ela .. provar que eu era forte. Só tinha um detalhe: ela usava 35 e eu 37 (tênis). Achei que eu aguentaria este desafio de usar um tênis menor. Pelos meus 40 dias de viagem posso dizer que não pensava nesta dor, mas sim na dor da perda de alguém tão querido.
Após esta viagem tudo mudou na minha vida: surgiu o amor de viajar. E viajar sem muito dinheiro, sem muitos planejamentos. Acho que foi aqui, que esta tal "Coragem" que as pessoas comentam, surgiu.

Está bem resumido .. mas hoje (Batumi, 7 de novembro de 2012), lembrei da história do tênis que quase ninguém sabe.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

*07/07/2005 (Polônia) - Presente de uma senhora japonesa

Nao lembro o nome da cidade agora. Era perto da fronteira entre a Eslovaquia e a Polonia. A mochila estava pesada .. lembro de procurar algum hostel, mas nao havia nada assim. Resolvi entao pagar
USD10 para ficar num hotel bem mais ou menos. hehe. Deixei as minhas coisas e fui caminhar.
Resolvi entao subir a montanha, fazer uma bela caminhada. Existia um teleferico, nao me recordo do preco, mas sei que estava fora do meu budget. Fui para o topo e o visual era incrivel. Fiquei admirando a paisagem por um longo tempo.
Nao queria voltar tarde, assim, resolvi descer. No meio do caminho resolvi dar uma pequena pausa. Foi quando eu conheci Keiko*. Uma senhora japonesa de uns 50 anos. Contei um pouco da minha viagem, que eu viajava de carona, armava minha barraca em qualquer lugar e rezava para dar certo, comia pao quase perto do vencimento, bebia agua da torneira, etc. Ela disse que quando ela tinha uns 20 anos ela tambem viajou a Europa assim. Do mesmo jeito. Resolvemos entao descer o restante da montanha juntas. Falamos bastante sobre as nossas vidas. Foi muito gostoso.
Ao chegar embaixo ela me convidou para tomar um cafe. Resolvi aceitar a gentileza. Que delicia tomar um bom cafe e uma tortinha. O meu dia estava ganho.
Na hora da despedida ela colocou algo na minha mao e a fechou. Fiz cara de "o que eh isso?". Ela me disse: "Ja passei por tudo isso que voce esta passando. Quero que tenha um bom jantar.". Ela virou e foi embora.
Ao abrir a mao, vi uma nota de $10.000 yens (eh como se fosse USD100)!!! Nunca irei esquecer este acontecimento. Ela nunca soube quanto isso significou para mim e talvez continuara sem saber .. mas naquele dia eu tive a sensacao de que podemos marcar a vida de uma pessoa para sempre sem mesmo saber que marcamos.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

25/01/05 (Hungria) - Indo para Budapeste .. comecei bem!

(só um parênteses antes de escrever este post .. hoje foi a primeira vez que eu peguei um dos meus diários para ler .. sempre escrevi, mesmo que pouco, um relato das minhas viagens. não sei pq eu nunca os li. escolhi aleatoriamente .. foi o diário do meu intercâmbio para Budapeste. aqui escrevo só o começo desta jornada)

"Budapeste? Hungria? mas por quê?" todos perguntavam para mim o motivo da minha escolha. tudo começou com os meus veteranos da facu.. André, Sergião e HU que fizeram intercâmbio na Hungria. Somados a minha vontade de viajar por lugares exóticos, era para lá que eu iria: Budapeste.

Além do lugar, estranho mesmo era pensar com que dinheiro eu faria este intercâmbio. hoje eu não me lembro ao certo por quanto tempo eu juntei rico salário de estagiária. acho que foi por dois anos. a vantagem de ter feito USP foi que o intercâmbio em si foi de graça. paguei a passagem e levei uns EUR2500k para passar 7 meses na Europa. isto inclui: hospedagem, comida, material escolar, baladas, viagens, etc. sim. fiz milagre com o dinheiro. bom, pelo menos eu acho que fiz.

Ainda lembro do meu pai me perguntando como eu iria pagar o intercâmbio. falei que era com o meu suado trabalho. ele me disse: "não faça besteiras por lá para conseguir dinheiro!". verdade. super pensei em me prostituir para pagar a minha viagem. coitado. ele nem sabe o perrengue que eu passei para a grana durar. e durou! os perrengues são outras histórias...

Aqui estou eu contando a primeira página do meu diário. sempre escrevo em aeroportos/aviões. ótimo lugar para pensar na viagem que foi e na que virá.

- estava tão avoada que nem prestei muita atenção na poltrona que iria sentar. sempre rezo para ser janela. 48k. olhando assim não sabia se tive sorte. ao andar pelo corredor estreito percebi que era meio!! meio!! argggg. umas 10 horas de vôo (para Paris) e eu no meio!! para piorar era a última poltrona (perto do banheiro e não se escolhe a comida, come o que sobra). minha revolta durou alguns passos. sentei ao lado de um cara gato!!  a sorte estava lançada. nunca havia sentado ao lado de um cara bonito. só gente feia e gorda!! para melhorar, na última fileira eram só duas poltronas. a minha e a dele. pulando todo o xaveco (da minha parte .. hehe e depois da dele) ... acho que eu dei o primeiro beijo do intercâmbio. pulando também tudo o que ocorreu entre nós, registro que aqui ocorreu um dos meus poucos arrependimentos na vida: não ter transado no banheiro de um avião. quando que eu terei esta sorte novamente? quando?!?!

Pois bem .. esta é a história da minha primeira página do diário, mas com outras palavras. Engraçado pensar que não registro ansiedade, medo, insegurança ... normal de qualquer intercâmbio, não? Iria ficar 7 meses na Europa, com pouco dinheiro, sem lugar para ficar, frio infernal (era inverno), sem amigos .. e eu relato apenas um simples acontecimento.

... esta viagem prometia altas emoções ....

,,,, cenas de outros capítulos.





domingo, 1 de abril de 2012

Significado do nome: ANGELINA

Joguei meu nome no site: http://www.significado.origem.nom.br/. Adorei o que eu encontrei!

Qual a origem do nome Angelina: LATIM

Qual o significado do nome Angelina: DESCENDENTE DE ANJO.

Analise da Primeira Letra do Nome: A : Você está sempre pronto a se aventurar, muito cheio de energia, possui uma personalidade ativa e decidida. Não vê graça numa vida sem desafios. E por ser um lider por natureza, atrai as outras pessoas com seu entusiasmo. Mas é importante tomar cuidado e não se tornar uma pessoa teimosa.

Sua marca no mundo: OUSADIA, ESPÍRITO COMPETITIVO, INDEPENDÊNCIA, FORÇA DE VONTADE, ORIGINALIDADE Independente e dinâmico são características de um líder, e é desta forma que é visto. É necessário à pessoa desta personalidade agir com tato, diplomacia e paciência, evitando de ser vista como egoísta ou autoritária. Com frequência é procurada para assumir projetos e empreendimentos pois sua autoconfiança e facilidade em enfrentar os obstáculos são qualidades notórias, e as pessoas acreditam na sua eficiencia em tomar conta das situações. É o tipo de pessoa que não se deixa afetar quando existe oposição à suas idéias ou ações. Por agir com equilibrio sempre tem o apoio dos que o seguem e acreditam na sua liderança. Para alcançar a vibração positiva que emana do número 1 é preciso concentrar-se em atingir seu objetivo, coisa que costuma fazer com muita originalidade. Personalidades deste número são rapidamente notados pois conquistam facilmente a todos e costumam ser o centro das atenções.

COMO O MUNDO TE VÊ: Tolerante e compreensivo, uma pessoa muito amorosa e generosa. Ajuda as pessoas sem esperar nada em troca. Por compreender a natureza humana, sabe perdoar. Precisa de liberdade para expressar suas emoções e usar sua intuição no trabalho. Atrai as pessoa em busca de compaixão e generosidade, e elas as encontra em você. Ser impessoal é importante para não sofrer grandes perdas quando se exige poder, posses ou mesmo amor. Não deixe sua popularidade virar a sua cabeça. Tem amplos horizontes, já que não gosta de confinamento em lugares pequenos ou ficar preso a situações sem que não tragam expectativas. Pode ser professor, escritor, médico, enfermeiro, advogado, pregador, filantropo, pensador humanitário, orador, pintor, músico, compositor, conselheiro, juiz, importador, ator dramático. Aprenda a evitar a crueldade, os esforços voltados aos ganhos pessoais e o excesso de sentimentalismo.

COMO VOCÊ VÊ O MUNDO #2: Geralmente sentem-se muito bem ao servir alguém e mais confortável estando em segundo plano. Ao seu ver agir com diplomacia e agir com tato é muito importante, e indica seu lado pacificador. Aqueles de número 2 sabem como intermediar nos relacionamentos e trabalham muito bem em parceria. São músicos, artistas, oradores, diplomatas, ministros, pregadores, contadores, médicos e tantas mais atividades onde mostrem sua meticulosidade e amabilidade. Super sensíveis e intuitivos. Para chegarem onde desejam precisam aprender a lutar contra o complexo de inferioridade e a timidez.

Anseios da Alma # 7: Não desperdiçará um dia sequer de sua vida, e jamais a sentirá inutil ou sedentária na velhice se viver de acordo com as vibrações deste número. 7 - Sempre em busca do conhecimento, da sabedoria e da perfeição. Intuitivo, inspirador e retraído. Deseja usar a mente, e ter atividades intelectuais, científicas, algo como um filósofo ou místico, mas não consegue isola-se sem sentir solidão, que o leva à melancolia e depressão. Tem um forte senso de justiça e sabe dar valor às coisas. Evita lugares barulhentos, não gosta de trabalhos servis e de confusão.


terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

24/02/2006 (Brasil - Bonito) – No chão de uma Vidraçaria

18:00, sexta-feira de Carnaval. Todos do trabalho sabiam onde iriam pular o Carnaval. Menos eu. Fui para a casa pensando: "O que vou fazer?" Não que eu não tivesse opções de viajar com meus amigos... mas nada tinha me agradado, chamado a minha atenção.
Lá pelas 20:00 estava eu sentada em frente ao computador de casa .. totalmente sem rumo, sem destino. Tive a idéia fraca de pegar um busão e ir até Buenos Aires.. só umas 32 horas. Desisti. Iria perder metade do carnaval no ônibus (ida+volta). Jogando no google surgiram várias idéias de lugares .. eis uma delas: Bonito (MS). Nem me lembro hoje das outras opções, mas logo que vi Bonito eu decidi: “Vou para lá!!”. O ônibus para Campo Grande saía às 10:00 do dia seguinte. Arrumei minha mochila (aquelas de escola de 25 litros, sabe?): coloquei algumas roupinhas, chinelo e um lençol.
Acordei cedo. Desta vez o meu pai me acompanhou até a Rodoviária. Estranho .. ele não me levava para aeroporto/rodoviária fazia muito tempo ...enfim, fiquei feliz. A viagem durou longas horas. De Campo Grande logo peguei outro ônibus para Bonito. Comecei a conversar com duas mocinhas que estavam lá. Ana* e Joana* também iriam curtir o Carnaval em Bonito. Perguntei a elas se elas tinham algum lugar para ficar e disseram que sim, em um hotel na cidade. Na hora eu pensei: "sem chance de eu ficar em um hotel, vou procurar algo mais barato, um hostel!".
Chegamos em Bonito. Aparentemente a cidade estava calma, mas na verdade todos estavam descansando da noite anterior. Rs. Mário* e Rodrigo* apareceram para buscar as amigas e disseram que a cidade estava lotada e que não existia vaga em hotel algum.
Porém, todavia, no entanto!! .. eles eram sortudos, pois no dia anterior eles encontraram um moço que conheceram no Carnaval passado! Assim, eles estavam acomodados com o tal moço. Mário e Rodrigo falaram que seria tranqüilo elas ficarem lá e educadamente eles estenderam o convite para mim. Ufa. Fomos os 5 para o local.
O local: Uma Vidraçaria!
Na hora as meninas se recusaram a ficar lá! Isto porque elas não chegaram a ir no banheiro (um dos piores banheiros da minha vida!!!).
Aceitei o humilde convite. Resolvi ficar lá mesmo.

Bem resumidamente: Passei o carnaval:
- Dormindo no chão de uma vidraçaria. Apenas com um lençolzinho no chão;
- Dançando, bebendo e curtindo a vida com 4 pessoas totalmente desconhecidas (eles eram pedreiros e elas ajudantes no salão de beleza – sério!!);
- Bebendo Askov (vodka de R$4,00 – preço na época) com Guaraná Dolly;
- Comendo PF (Prato Feito) nas barraquinhas da rua (R$ 3,00). Peguei uns vermes certeza!;
- Passeando por Bonito de carona e/ou moto-taxi.
Ok .. para os que acharam que eu só me ferrei nesta história toda, saibam que me diverti de mais!! Os 4 eram pessoas muuuuito simples, mas de ótimo coração. Super empolgados com vida – principalmente os meninos. Além do mais, fiz também passeios turísticos: flutação no rio, visita às cachoeiras e à gruta Azul.

Na volta para Campo Grande quase peguei uma carona com um carro de bombeiro!! rs. Mas infelizmente eu já tinha comprado a passagem de ônibus.


Aqui deixo algo: não é preciso fazer um grande planejamento para aproveitar bem uma viagem. Só é preciso um pouquinho de coragem e vontade de conhecer novos lugares e pessoas.
Nunca me esquecerei deste Carnaval. Muito Obrigada Ana*, Joana*, Mário* e Rodrigo* !!!

ps: fico devendo umas fotos desta viagem.

domingo, 8 de janeiro de 2012

* 10/09/1995 (São Paulo) – Meu primeiro emprego

Um dia precisarei enumerar quantos empregos eu já tive, mas antes eu vou falar do meu primeiro emprego. Não lembro o dia exato que isto ocorreu, mas eu lembro a minha vontade imensa de trabalhar para receber o meu dinheirinho. Sentia desde jovem esta vontade de ser ‘livre’, de não depender de ninguém financeiramente.
Não considero que a minha infância foi fácil. Tampouco, não a considero ‘difícil’. Isto, só porque tudo é ‘relativo’. Posso dizer que a minha infância não foi cheio de regalias. Morei durante muitos anos em um ‘quase que cortiço’ no bairro da Liberdade. Estudei um período em escola pública onde eu recebi um tapa na cara de uma professora. Quando minha mãe não cortava o meu cabelo eu ficava na fila das escolas de cabelerero lá do centrão (ainda lembro do preço: R$2,00 o corte. Quanto será que custa hoje?). Nunca tive uma boneca Barbie, mas em compensação eu tinha a Moranguinho. Comia apresuntado achando que era presunto e fígado achando que era bife. Minha mãe sabia economizar e sabia me convencer que o barato era “bom” também.
Na época eu ganhava R$20 de mesada (valor de hoje aprox. R$80). Com este dinheiro eu precisava cortar o meu cabelo (que era barato), comprar material escolar (cartolina, caneta colorida, papel de carta), comer algum lanche antes de ir para a reunião em grupo, comprar presente para as minhas amigas e .. é, não sobrava dinheiro para eu comprar uma roupa ‘de marca’. Eu era a única menina que não tinha nada da ‘Pakalolo’. Ainda bem que eu usava uniforme de segunda a sexta, pois para ‘sair’ eu só tinha uma calça jeans e duas camisetas de menina. O restante das minhas roupas era tudo o que o meu irmão mais velho não usava. Não importava o quão boa aluna eu era na escola, não importava quantos 10 fechava no boletim, eu ganhava os mesmos R$20,00.
Assim, a minha vontade de engordar a minha ‘renda mensal’ aumentava cada vez mais. Estava indo para o colégio, eu precisava ter o meu dinheiro! Fui então procurar emprego no meu bairro. Vi uma placa de assistente em um “Box” (tipo do Stand Center). Voltei para a casa e pedi para a minha mãe ir comigo. As memórias falham agora, não lembro se eu falei com somente com a Sonia ou se o Sr. Wang também estava junto. Enfim, consegui o emprego!! Seria vendedora!! Estranho pensar que uma japinha tão tímida como eu era, poderia vender algo, ainda mais eletrônicos sem nota fiscal e garantia .. Rs. Comecei a trabalhar no primeiro final de semana subseqüente! Ganhava R$20 por dia (12 horas). Ganharia então R$160 por mês!! Logo ganhei a confiança dos meus chefes chineses. Virei ‘Caixa’ das lojas (eram dois stands – sapatos e eletrônicos – e um caixa). Não recebi aumento por isto, mas me fiquei feliz pela promoção. Quando chegou dezembro e janeiro eu trabalhei todos os dias (um dia de folga durante a semana). Ganhei meu primeiro salário! Quase R$400. Este eu ainda lembro. Guardei todinho na poupança que eu abri no Sudameris.
=)
Dos 14 aos 18 anos eu não tive finais de semana e quase não tive férias. Eles eram todos para eu trabalhar na lojinha de eletrônicos e calçados do Sr Wang. Hoje, ao olhar para trás parece triste pensar que uma menina ‘perdeu’ parte da adolescência trabalhando nos ‘tempos livres’. No entanto, as minhas lembranças me dizem que foram bons momentos, além do mais, não daria para ser muito diferente do que foi. Hoje, sinto que carrego dentro de mim esta força de vontade imensa e o sonho em acreditar que tudo pode ser diferente. E vai ser! Só depende de mim.